domingo, 22 de junho de 2008

A nova língua portuguesa


As línguas variam e isso é muito mais normal do que possamos imaginar. Mas a variação de uma língua tem limites. Na fala, ela pode ocorrer, sem problemas, desde que não haja problemas na comunicação. Mas quando estamos no âmbito da produção escrita, as variações lingüísticas não são bem vistas, pois são consideradas erro, pois fogem à norma padrão da língua.

A escrita exerce fator importante na conservação da língua. É através do que está escrito que a língua fica documentada e é com a escrita que podemos hoje verificar o quanto nossa língua se modificou através dos anos.

Não é a primeira vez que há mudanças na ortografia da língua portuguesa e com certeza essa não será a última modificação. Mas apesar disso, todos continuamos falando a mesma língua e todos continuamos nos entendendo. Por que? Porque mudam-se as grafias das palavras mas não os significados. O significado que está por trás da simples e pura grafia de uma palavra é muito mais importante. Não importa se escrevo chave ou xave; o que importa é o significado ao qual esta grafia nos remete.

Essa reforma, em especial, serve para unificar os paises lusófonos, pois há (ou havia) muita diferença na grafia das palavras. E isso não pode acontecer. Se estamos no âmbito da fala, aí sim é permitida a variação e esta é muito evidente, visto que um brasileiro fala muito diferente de um português ou de um angolano. E se defendemos o uso de uma mesma língua por povos tão diferentes, haveria de haver então um ponto em comum pelo menos nos escritos.

A questão é a seguinte: falamos todos a mesma língua, mas escrevemos (ou escrevíamos) de maneira diferente. Tomemos como exemplo o espanhol. Sabe-se que é uma língua falada em 21 países e que há muitas diferenças dialetais, mas todos escrevem da mesma forma. E quando digo que escrevem da mesma forma, não digo que possuem o mesmo léxico. Cada país possui a sua variação lingüística no momento de representar o mesmo mundo, mas que se faz entender e que entende escritos vindos de outros países, pois compartilham o mesmo idioma. Um mexicano pode ler Pablo Neruda ou Miguel de Cervantes, pois reconhecerá nestes a língua espanhola. Mas poderá um português ler Jorge Amado sem sentir algum desconforto?! Por isso, sou a favor da reforma ortográfica. São novos laços que se estreitam entre nós, falantes de português do mundo inteiro. É uma porta que se abre. Os lusófonos finalmente irão se entender por completo. É verdade que todos teremos que reaprender algumas regras, mas isso é uma etapa pela qual teremos que passar, pois a ideia (já sem acento, para nos acostumarmos) a longo prazo trará bons frutos para os países envolvidos em tal processo. Ganham os povos dos países envolvidos, ganha a Língua Portuguesa, e ganha a Literatura em língua portuguesa de todos os países que falam a língua de Camões.

Um comentário:

Rog's gonna do...in 2008 ! disse...

aee !

ótimo tema a ser abordado...a reforma ortográfica...
cara, aki pra nós é um pouco mais dificil, ja que a nossa lingua é oriunda dos portugueses e pelo que vejo há pouca ou nenhuma mudança, por parte deles na ortografia...
nós, os brasileiros, já demos uma nova "roupagem" a Lingua Portuguesa e ainda nos acostumamos a perder o costume de pôr o trema, em algumas palavras como "consequência"...rs
q saudade eu sinto do trema, me amarrava qdo o usava uahaihaiua

enfim, é uma lingua bonita e rica, mas q há mt o que ser revisto na estrutura da lingua...
ctz, teremos uma lingua ainda mais forte assim que todos soubermos usá-la sempre da melhor forma...
agr qto as variações que ocorrem na fala não podem influenciar o assassinato do português, como diria a minha saudosa professora do primário...
a conseração deve ser feita sempre, em todos os momentos !