domingo, 3 de maio de 2009

Mudar é preciso...

Aos leitores deste blog, gostaria de comunicar que mudei de blog.
O nome é o mesmo, só troquei o hospedeiro.


Espero que continuem acompanhando os meus textos!


Obrigado por todos os que visitaram este endereço em 1 ano de blog.
Que venha mais 1 ano! =)


O novo endereço é:


http://meumundoeminhamente.wordpress.com


Nos vemos lá!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Folhetim da vida real

A vida é uma novela.
Uma novela de muitos capítulos...

O primeiro capítulo é o dia em que nascemos.
Cada dia é um capítulo.
E cada personagem é uma história.
Sendo assim,
Cada pessoa carrega consigo a sua própria novela.
Histórias de amor, de fazer rir e de fazer chorar.
Momentos bons e ruins pontuados com picos de audiência.

O público segue atento às nossas vidas.
São os nossos “colegas de trabalho”.

Todos são nossos coadjuvantes
Enquanto somos coadjuvantes na vida dos outros.
Mas também somos protagonistas.
Todos queremos ser protagonistas!
E nessa eterna busca pelo papel principal,
Acabamos nos transformando em antagonistas,
Grandes vilões cheios de defeitos.

Temos diretores competentes.
Diretores enviados pelo Grande Escritor.

O Grande Escritor,
O Autor destas maravilhosas e diversificadas
Novelas da vida real, é sensato
E o melhor escritor de todos os tempos.
Pois no final da história, não há o famoso “felizes para sempre”,
Nem aparece escrito na tela “fim” depois de um casamento qualquer...
Independente de sermos mocinhos ou mocinhas;
Vilões ou vilãs;
No último capítulo temos todos o mesmo final:


A morte.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Conversa de bêbado




Garçom,

Traz mais uma!

Bem gelada hein!

Que hoje eu quero comemorar!



Bebo.

Sorrio.

Converso com os amigos.

Rio com os amigos.

Rio dos amigos.

Os amigos riem de mim.



Bebo.

Sorrio mais um pouco.

Jogamos conversa fora.

Palavras afoitas.

Muitas inúteis.

O simples ato e desejo de falar, puro e simplesmente.



Paro de falar por um instante.

Mais uma, garçom!

A vida é bela e muito curta e eu quero comemorar!

Hoje, amanhã e depois.

Na semana próxima e na seguinte.

No mês que vem e no próximo ano.

Nos próximos anos...

Quero comemorar sempre!

Enquanto houver ar nos meus pulmões, celebrarei a vida!



Não a minha.

Mas a dos meus entes amados.

Da minha esposa, dos meus filhos...

Tenho dois: Miguel e Mariana.

Lindos.

Levados, mas lindos.

Muito inteligentes!

Nunca vi crianças tão espertas!

Devem ter puxado ao pai... Só pode!



Já estou aqui há tempos...

O bar tá fechando.

Mas eu não quero ir embora.

Tão tirando as outras mesas e levando as cadeiras.

Não tem problema, seu garçom.

Eu bebo em pé, sentado ou do jeito que o senhor quiser.

Só me deixe comemorar!



Mas o garçom falou que sentia muito e que tinha que fechar.

Tudo bem.

Vai com Deus.

Acabou mais um dia de trabalho e você só quer descansar.



Eu também vou com Deus.

Pra outro bar.

Pois é preciso comemorar!



terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Amor de carnaval






Era sábado. Um sábado lindo. Um sol incandescente pairava sobre nossas cabeças. O sol! Dia quente no Rio é sinônimo de dia feliz. E não poderia ser diferente, pois não era um sábado como outro qualquer. Era sábado de carnaval.

Ela estava linda na primeira vez que eu a vi. Vestida com roupas leves, típico de folião. Ela era a mais linda foliã. Estávamos no Bola Preta, lá na Cinelândia. Vimos-nos e foi paixão à primeira vista. Conversamos um pouco. O pouco virou muito e em algumas horas depois de curtir o bloco, já estávamos nos amando. Às vezes, fico pensando que se não fosse o carnaval, talvez ela nem tivesse me dado bola. Mas o carnaval tem dessas coisas inexplicáveis. Freud não explica isso. Duvido!

E juntos permanecemos durante a folia de Momo. Domingo, desfilamos pelo Salgueiro e nos amamos outra vez. Acho que foi o vermelho da escola que nos incendiou. Segunda, desfilamos pela Portela. O azul-e-branco de Madureira nos emocionou de tal forma que nos amamos novamente. Sem falar nos blocos. Suvaco, Que Merda é essa?, Cacique de Ramos, Bafo da Onça... Curtimos todos esses mais conhecidos e ouros blocos menores. Na terça, a clássica Banda de Ipanema. À noite, mais samba na Lapa, sem esquecer do Terreirão. O importante era que estávamos juntos e pulando carnaval. Aliás, nunca gostei dessa expressão “pulando carnaval”. Carnaval não se pula, se samba. Então, retificando: sambamos carnaval como nunca. Eu era o Pierrô e ela, a minha Colombina. Foram os dias mais felizes da minha vida.

Na quarta-feira de cinzas, o dia amanheceu nublado. Cinza. Tudo a ver. A felicidade que tomara conta da cidade se transformara em doce recordação. No carnaval, penso que o mundo tem jeito. As pessoas se divertem, brincam, são felizes. Esquecem os problemas. Se o carnaval não acabasse nunca, talvez a vida fosse diferente... Sei lá. Às vezes, dou para divagar. Não ligue para isso.

Liguei para ela. Não me atendeu. Tentei outras vezes e nada. Naquele dia nublado, fiquei muito triste. Chorei. De felicidade por ter encontrado a mulher da minha vida. E de tristeza por tê-la perdido dias depois. Chorei por não me conformar que não a veria mais. Por não me conformar que o carnaval fora um sonho. Um sonho que acabara. Estava de volta à realidade. Chorei e chorei. Gritos de felicidade se espalharam pela cidade. Saí de casa para ver. E me deram a notícia:

- Salgueiro e Portela ganharam o carnaval!

Meu choro se intensificou. Felicidade e tristeza no mesmo choro. É o choro mais estranho que existe. Meu coração se acalmou. As campeãs do carnaval foram as escolas que nós havíamos desfilado! Confesso que tive esperanças de encontrá-la novamente.

Chegou o sábado das campeãs. Vejo esse dia como uma festa falsa, uma reprodução do que houvera uma semana antes. Não há a mesma graça. Mas lá estava eu, pelo menos para tentar esquecê-la, mas na verdade foi lá que eu mais me lembrei dela.
Desfilei. Duas vezes. Portela e Salgueiro. No fim dos desfiles, chorei novamente. Foram os desfiles mais bonitos da minha vida. Jamais vou esquecer aqueles momentos. Juro que a procurei, mas não a encontrei.

Três meses depois, estava eu na fila do banco, quando alguém me toca o ombro direito. Viro. E dou de cara com ela. Sim, o meu amor de carnaval! Ela estava ali, na minha frente. Mas não me reconheceu.

- Moço, que horas são?



quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Vila Isabel e os 100 anos do Theatro Municipal





No Carnaval de 2009, a Vila Isabel vai homenagear os 100 anos do Teatro Municipal com o enredo: "Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia: Theatro Municipal - A centenária Maravilha".


O enredo contará os 100 anos do grande teatro pela ótica de João do Rio, cronista e escritor, que gostava de perambular pela cidade, conhecendo-a melhor e disfrutando-a.


Para falar da construção do Teatro Municipal, é impossível não falar também das transformações que o Rio de Janeiro estava vivendo naquele tempo, como a construção da Avenida Rio Branco, o “Bota Abaixo”, a Cinelândia, conhecida na época como a Broadway brasileira, a Revolta da Vacina, que mexeu com os ânimos cariocas, e tantos outros eventos. Tudo isso será lembrado no desfile. Será um recorte do Rio. Pois não há como desvencilhar a historia do Teatro com a história da própria cidade.


Além disso, abordará grandes nomes que já passaram pelo Municipal. Lembrará a inspiração francesa de sua arquitetura, o Egito Antigo representado na ópera de Verdi (Aída), o canto de cristal de Bidu Sayão, o balé-afro de Mercedes Batista, a primeira bailarina negra do Municipal, a consagração de Nelson Rodrigues, com a peça “Vestido de Noiva”; sem esquecer do eterno “Orfeu da Conceição”, peça cujo cenário fora feito por Oscar Niemeyer. Tudo isso e muitas outras emoções que o Municipal já vivenciou em seus 100 anos de existência estarão no desfile. Finalizará o enredo lembrando que foi deste teatro que saíram os maiores carnavalescos que já tivemos até hoje, que são os mestres Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues e Joãozinho Trinta. Mestres do teatro que ajudaram a desenvolver os desfiles de carnaval, que como Joãozinho Trinta define, é uma grande ópera popular.



O enredo é bom. Altamente histórico, mas também didático, promete dar um show visual na Avenida. A Vila é uma escola que tem dinheiro em caixa, e já possuía um excelente carnavalesco, que é o Alex de Souza. O enredo fora todo desenvolvido por ele, quando a escola chamou o também excelente Paulo Barros. Na teoria, a Vila é a favorita para ganhar o título. Vide a fórmula: Dinheiro + Bons Carnavalescos + Samba bom (mais uma vez de André Diniz, que já soma a sua 11° vitória na escola) + Comunidade presente (a Vila acabou com as alas comerciais e doará 100% de suas fantasias para a comunidade) = Vitória.



Porém, não é tão simples assim, pois a maior dúvida é saber se o estilo de um carnavalesco vai “casar” com o estilo do outro. Alex de Souza tem um estilo mais luxuoso de fazer carnaval, mas é um luxo “clean”. Suas alegorias e fantasias são muito bonitas e ricas, porém de fácil leitura. Paulo Barros, como todo o mundo sabe, não gosta muito do luxo. Prefere a originalidade. Prefere limpeza nas formas, deixando o desfile mais objetivo e menos subjetivo. E a verdade é que ele está certo, pois muitas vezes a arquibancada assiste a um desfile sem nem sequer saber do que ele se trata, pois não reconhece nele nada ou pouca coisa. Sem falar da sua principal característica: as alegorias humanas. É um sucesso e isso ninguém pode negar. Mas como, agora falando do Teatro Municipal abrir mão do luxo? Onde entrarão as alegorias humanas? Paulo Barros chegou quando as fantasias e os carros já estavam desenhados. E agora? O que podemos esperar dele no próximo carnaval? São perguntas que o mundo do samba está se fazendo nos bastidores...



Na minha opinião, a contratação de Paulo Barros me pareceu “olho grande” da escola, por não querer perder um profissional que é cobiçado por todo mundo. Mas a escola já tinha o seu carnavalesco! Para quê forçar dois carnavalescos com estilos bem diferentes a trabalharem juntos? Não entendo essas coisas, mas só depois do desfile saberemos se a direção da escola acertou ou não nessa contratação.



De qualquer forma, e até pela curiosidade em torno deste desfile, a Vila é forte candidata ao título, sim! E como diz a letra do samba de 2009, “segura a Vila que eu quero ver...”

Sinopse: