domingo, 24 de agosto de 2008

Qual o futuro do esporte brasileiro?


Acabaram os Jogos Olímpicos de Pequim. E mais uma vez vemos uma participação brasileira muito discreta. Esperávamos mais, ainda mais depois de termos sediado os Jogos Pan-americanos. Mas, Olimpíadas é outro assunto. De 4 em 4 anos vemos atletas ganharem medalhas, quebrarem recordes e o Brasil, com raras exceções, sendo apenas figurante.

Talvez seja o momento do Governo Federal acordar e começar a investir no esporte. É possível transformar o Brasil numa potencia olímpica e ser não tão somente o país do futebol, mas também o país dos outros esportes.

Poderiam ser criados pólos esportivos nas diversas regiões brasileiras, visando o desenvolvimento e o surgimento de atletas capazes de brigarem por medalhas. Se a Jamaica, que é menor do que o Estado do Rio de Janeiro, ganha mais medalhas do que o Brasil, um país maior do que a Europa, é porque algo está errado com a nossa política desportiva (ou que a dos jamaicanos é muito boa). Alias, a política desportiva no Brasil é quase inexistente...

É hora de acordar! Tem muita gente boa querendo brilhar no alto do pódio esperando somente uma oportunidade.

Olimpíadas no Brasil seria ótimo e eu apoio essa iniciativa. Mas, pensemos bem: não vamos também preparar atletas para quando esse dia chegar? Ou vamos gastar bilhões de reais sediando um evento para que os outros países venham vencer barreiras, quebrar recordes e serem campeões em terras brasileiras?! Se é somente pra ver de perto a vitória alheia, sai bem mais em conta ver pela televisão os Jogos Olímpicos em qualquer outro lugar do mundo...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Pensamentos medíocres


O Brasil está nas Olimpíadas. Levou uma delegação de 270 atletas e se orgulha disso. É a maior delegação na historia dos Jogos Olímpicos. Ótimo. Parabéns a todos os atletas.

Começam as disputas por medalhas. Observamos que a China lidera o quadro total, enquanto o Brasil soma somente três medalhas de bronze, até então. “Motivo de orgulho”. “Chegar numa olimpíada não é fácil”. “Ganhar o bronze está de bom tamanho”. É o que dizem, de um modo geral, os atletas brasileiros e é o que repete ressonante a nossa querida imprensa.

Mas o pensamento de se contentar com o bronze, de se contentar com pouco, é o nosso velho inimigo: o complexo de inferioridade que todos os brasileiros possuímos. Não devemos aceitar uma participação numa final olímpica, só por estar numa final olímpica. É pouco, sim! Temos que pensar como todos os atletas pensam: em competir para ganhar. O Brasil pode até competir para ganhar, mas se não ganha, está tudo bem... Não podemos mais pensar assim. Isso é reflexo de uma imaturidade psicológica que atravessa os tempos. Seria um reflexo da velha colônia submissa explorada pela metrópole?!

Acabei de ouvir no Jornal Nacional uma entrevista de Jade Barbosa, ginasta que disputou a final por equipes, na qual ela dizia “que olha em volta e vê tanta gente boa, que é difícil controlar o nervosismo”. Como assim “vê tanta gente boa?!” Não se diminua. Você e suas companheiras são tão boas quanto às outras!

Ainda sobre a ginástica artista, Pedro Bial anunciou com sorrisos “que as meninas estavam de parabéns pelo oitavo lugar e que não ficaram em último, mas que estão entre as oito melhores do mundo”. É verdade, mas foram as últimas colocadas na competição, sim. Como negar este fato?! Vamos parar com essa mediocridade!

Critica-se tanto o modelo chinês de preparação de atletas, mas eles estão mostrando que a receita está dando certo. Tanto é, que as chinesas levaram o ouro nesta competição de ginástica. Os chineses querem vencer e vencem, talvez não porque treinem mais que os brasileiros, e sim porque a postura deles seja outra. No oriente, o segundo lugar não é motivo de orgulho. O segundo lugar é apenas o primeiro lugar dos últimos colocados. Alguns ocidentais devem achar cruel este pensamento, mas muitos orientais também devem achar, no mínimo, engraçado o fato de se achar que estar em oitavo lugar numa competição na qual há oito atletas (ou equipes) é algo positivo...

Talvez se não aceitássemos tudo tão facilmente, obteríamos melhores resultados nas Olimpíadas e até na própria vida. Chega de achar que o que é de fora é bom ou melhor que o que é nosso. Vamos nos valorizar! Às vezes, exigimos um respeito do mundo para conosco, que na verdade deve nascer dentro de cada um. Ninguém irá nos respeitar, se não nos respeitarmos primeiro. E respeito é bom e nós gostamos...

Respeite-se, Brasil!

domingo, 10 de agosto de 2008

Eu vejo novela, e você?


Há quem odeie e há quem ame, mas a verdade é que a novela faz parte da cultura brasileira. Isso mesmo. Novela, a meu ver, é cultura sim. Muitos podem dizer que não concordam que novela seja cultura, pois “não mostra nada que preste”, ou que aliene o telespectador, que para entender novela não se precisa pensar muito, etc. Mas eu não concordo com muitas coisas que são ditas a respeito das novelas. Primeiro que quando digo que novela é cultura, é porque entendo como cultura qualquer manifestação de um povo. E a novela brasileira mostra isso muito bem: é uma manifestação do povo feita para o povo. O Brasil produz novela para os brasileiros. Muitas são vendidas para outros paises, é verdade, mas em primeiro lugar está sempre o brasileiro, tanto que novela que não faz sucesso aqui, quase nunca é exportada. Quem foi que disse que a novela aliena as pessoas? O brasileiro tem muito censo critico quando o assunto é novela... Quando ele não gosta de uma trama ou de um personagem, autores são obrigados a mudar o destino dos personagens ou inclusive matar algum deles, pois quem manda na novela é o publico que a assiste. Por isso que se diz que novela é uma obra aberta, que vai sendo composta conforme vai sendo exibida segundo os gostos do “freguês”.

Quando dizem que a novela não mostra nada que seja bom e a criticam por isso, acho que os que a acusam estão cometendo uma injustiça, pois a novela somente retrata o que está na sociedade (viu como é cultura?!). Então, se vemos filhos com dois pais ou duas mães, mortes, assaltos, traições, casais hetero, homo e pansexuais; não há nada de errado com a novela. Reclamem com a vida, pois ela é assim...

Agora, sobre o fato de que novela não faz refletir muito, concordo em partes. E a parte que eu concordo é referente à sua estrutura. A novela já tem sua estrutura pronta, suas características de gênero textual, uma receita de bolo que os autores procuram seguir para ter audiência. O escritor de novelas Manoel Carlos declarou uma vez que “escreve sempre a mesma novela”. Ele foi muito sincero ao assumir isso publicamente, mas duvido que o público já não tenha percebido. Os clichês estão em todas elas, mas o publico gosta e quer ver é isso mesmo: mais do mesmo. Mocinha pobre que se apaixona pelo mocinho rico, ou vice-versa. Vilã que é capaz de tudo para conseguir o que quer, inclusive matar. Mocinha sofre a novela toda e no final é feliz com o seu verdadeiro amor, após da morte do vilão ou vilã, é claro. Alguns especialistas em televisão apontam que o publico já esta cansado dessa formula de se fazer novela. Mas a pergunta que eu lanço é: será mesmo?!

Para responder esta pergunta, chega agora ao horário nobre João Emanuel Carneiro, autor de A Favorita, da Rede Globo. Confesso que essa novela me chamou muito a atenção já no primeiro capítulo, pela excelente forma como os personagens foram apresentados. Me identifiquei logo com Flora, a ex-presidiaria que pagou por um crime que não cometeu, e com a megera Donatella Fontini. O curioso é que Claudia Raia tem tamanho carisma que não consegui simplesmente odiar Donatella. Passaram-se alguns capítulos e eu fui percebendo que havia algo de diferente nesta novela. A vilã aparecia muito mais do que a protagonista. A cada escândalo que Donatella fazia, meus olhos de “noveleiro” brilhavam... Estranho, muito estranho... Aguardei. E o Brasil e eu nos deparamos com uma verdade: sim, fomos enganados pelo autor da novela! Flora não é a protagonista e sim, a vilã da história!! Confesso que fiquei e estou muito decepcionado com a novela, pois eu queria ver Donatella como culpada, mas isso é opinião pessoal. Há quem tenha gostado dessa reviravolta e há os que tenham odiado. Mas o que eu não posso deixar de reconhecer é o genialismo deste escritor. Ele, finalmente, quebrou o paradigma, jogou fora a receita de bolo, inovou! Até que enfim! Chega de mesmice! Eu sou um dos que não gostou, mas o autor foi muito audacioso e se a novela for um fracasso daqui pra frente, não importa. João Emanuel Carneiro já escreveu seu nome na historia da televisão brasileira. Foi algo impensável, digno de Janete Clair. Parabéns a esse autor!

Mas eu continuo preferindo o mais do mesmo...

domingo, 3 de agosto de 2008

Até mais, velho amigo!


Tu me acompanhaste por muitos anos, é verdade.

Sempre estiveste aqui, nos momentos felizes e nos tristes também.

Nunca me abandonaste.

Mas hoje me despeço de ti.

Hoje temos que dizer adeus.

Seria um “até logo”?!

Não. Já é tempo de romper os laços.

É hora de libertar-me. Preciso aprender a viver sem ti.

Preciso ganhar minha independência.

Preciso ver a vida com meus próprios olhos.


Mas obrigado por ter estado todos estes anos comigo,

Acompanhando-me a todos os lugares.

Já estou sentindo saudades,

Mas eu prometi para mim mesmo que eu seria forte nesta hora tão difícil,

Que é dizer adeus...


É triste, eu sei.

Mas sei também que para mim começará uma nova era.

Sei que vai ser bom para ti também,

Que finalmente poderás descansar depois de tantos anos.


Tu me fizeste enxergar muitas coisas.

Fizeste-me ver a vida como ela é.

Mas agora, meus olhos ganharão novas cores e eu verei novas formas.


Fica tranqüilo que nunca hei de esquecer-me de ti.

Não duvides nunca disso.

Foste muito importante para mim durante todos esses anos.

Ouviste bem?

Durante todos esses anos eu não consegui viver longe de ti.

Não duvides dos meus sentimentos, que são verdadeiros.


Finalmente,

Despeço-me de ti.


Obrigado por tudo!




Agora, usarei lentes.