domingo, 29 de junho de 2008

Te ler é um prazer



Ler.


Prazer.



Quando leio, sinto o cheio das palavras.
As devoro como quem tem fome
E as bebo como se estivesse sedento em pleno deserto.
Sou viciado.
Se não leio, fico irritadiço, chato!



Preciso ler.
E desse vicio não quero ser libertado.
Não quero tratamento nem antídoto.
Tenho certeza que deste “mal” não irei padecer,

Pois este “mal” faz bem pra mim.
Então, deixem-me com meu vicio.
Deixem-me com os meus livros.



E deixem-me com os cavaleiros andantes e com as princesas.
Deixem-me também com as donzelas indefesas,

Com os monstros da Terra da Fantasia,
Com os heróis e heroínas e seus sonhos, medos, frustrações e realizações.
Deixem-me viver outra realidade e visitar outros mundos.
Eu tenho esse direito.



Me chamem de louco!
Só por que sonho com as histórias?
Só por que imagino vivê-las?
Só por que quero escrevê-las?



É verdade que compro alguns livros aos quais nunca lerei.
Mas o simples fato de comprá-los já me satisfaz.
Fico feliz.
Ganho o dia.



Mas como podem os livros exercerem tanto poder sobre mim?!
Mal posso aceitar que eles sejam tão poderosos!
Mas o que seria de mim sem eles?
E o que seria deles sem mim?!



Respiro suas páginas.
E por elas, eu existo.




Minha vida é um livro.




Aberto.

domingo, 22 de junho de 2008

A nova língua portuguesa


As línguas variam e isso é muito mais normal do que possamos imaginar. Mas a variação de uma língua tem limites. Na fala, ela pode ocorrer, sem problemas, desde que não haja problemas na comunicação. Mas quando estamos no âmbito da produção escrita, as variações lingüísticas não são bem vistas, pois são consideradas erro, pois fogem à norma padrão da língua.

A escrita exerce fator importante na conservação da língua. É através do que está escrito que a língua fica documentada e é com a escrita que podemos hoje verificar o quanto nossa língua se modificou através dos anos.

Não é a primeira vez que há mudanças na ortografia da língua portuguesa e com certeza essa não será a última modificação. Mas apesar disso, todos continuamos falando a mesma língua e todos continuamos nos entendendo. Por que? Porque mudam-se as grafias das palavras mas não os significados. O significado que está por trás da simples e pura grafia de uma palavra é muito mais importante. Não importa se escrevo chave ou xave; o que importa é o significado ao qual esta grafia nos remete.

Essa reforma, em especial, serve para unificar os paises lusófonos, pois há (ou havia) muita diferença na grafia das palavras. E isso não pode acontecer. Se estamos no âmbito da fala, aí sim é permitida a variação e esta é muito evidente, visto que um brasileiro fala muito diferente de um português ou de um angolano. E se defendemos o uso de uma mesma língua por povos tão diferentes, haveria de haver então um ponto em comum pelo menos nos escritos.

A questão é a seguinte: falamos todos a mesma língua, mas escrevemos (ou escrevíamos) de maneira diferente. Tomemos como exemplo o espanhol. Sabe-se que é uma língua falada em 21 países e que há muitas diferenças dialetais, mas todos escrevem da mesma forma. E quando digo que escrevem da mesma forma, não digo que possuem o mesmo léxico. Cada país possui a sua variação lingüística no momento de representar o mesmo mundo, mas que se faz entender e que entende escritos vindos de outros países, pois compartilham o mesmo idioma. Um mexicano pode ler Pablo Neruda ou Miguel de Cervantes, pois reconhecerá nestes a língua espanhola. Mas poderá um português ler Jorge Amado sem sentir algum desconforto?! Por isso, sou a favor da reforma ortográfica. São novos laços que se estreitam entre nós, falantes de português do mundo inteiro. É uma porta que se abre. Os lusófonos finalmente irão se entender por completo. É verdade que todos teremos que reaprender algumas regras, mas isso é uma etapa pela qual teremos que passar, pois a ideia (já sem acento, para nos acostumarmos) a longo prazo trará bons frutos para os países envolvidos em tal processo. Ganham os povos dos países envolvidos, ganha a Língua Portuguesa, e ganha a Literatura em língua portuguesa de todos os países que falam a língua de Camões.

sábado, 14 de junho de 2008

É Carnaval no céu

O samba está de luto.


Foste o Mestre dos Cantores.

O Senhor da Folia.

Um doce ranzinza.

A pérola negra do Carnaval.


Deixarás saudade!

Sentiremos falta daquele sentimento que nos provocavas

Quando ouvíamos tua voz entoada na Avenida.

Que bom seria se os pássaros cantassem como tu!

Que bom seria despertar à luz do maravilhoso sol

E ouvir tua maravilhosa, forte e eterna voz!

Voz que nunca se há de calar!

Voz que se fará ouvir para todo o sempre

Nos corações dos mangueirenses

E no coração de quem gosta de samba.


Quantos carnavais! A escola perdia ou ganhava e tu sempre estavas lá, forte e fiel.

Privilegiados são aqueles que estiveram em tua presença todos esses anos.

Privilegio dos conterrâneos de Cartola.

Privilegio do morro Verde-e-Rosa.

E este morro, hoje, desce para despedir-se de ti.


Dorme, Jamelão. Descansa. Vai em paz.

Cumpriste teu papel.

Teu cenário foi e sempre será uma beleza que a natureza criou.

Nunca serás esquecido. Tua voz agora ecoará no céu.

Os anjos entoarão sambas-enredos em tua homenagem.

E irás cantar com eles um último samba, pois é Carnaval.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Licença para fumar 2 – A Nova Lei

Falar de cigarro é comigo mesmo. Sou defensor da proibição do uso do cigarro em lugares fechados públicos (o que já ocorre). Mas não julgo as pessoas que fumam. Cada um faz o que quer da sua vida e do seu corpo. Eu só me meto quando o problema de cada um invade o espaço que é do outro (ou dos outros). E se esse espaço é do outro é meu também e ai eu tenho que me manifestar!

Cresci vendo meu pai fumar. Ele parou. Estranho é dizerem que as crianças podem se influenciar pelos pais quando estes são fumantes e se tornarem fumantes também. Pode ser que isso ocorra realmente. Mas comigo o que aconteceu foi justamente o inverso. De tanto sentir cheiro de fumaça, criei aversão ao cigarro e inclusive desenvolvi uma séria alergia. Não é mais questão de não gostar. Agora, mesmo que eu quisesse fumar, não poderia.

A questão é que foi aprovada uma lei no ultimo mês de maio que proíbe o uso do cigarro em ambientes fechados privados. Essa lei me chamou a atenção, já que se um ambiente é privado, supõe-se que essa lei não deverá ser cumprida. Ou haverá fiscalização para punir os fumantes em todos os ambientes fechados e privados da cidade?!

Na verdade, com essa história toda de cigarro, voltamos à velha pergunta:

Para que servem as leis se ninguém as cumpre?!

Não precisa me responder.

Nada vai mudar e eu vou continuar fumando o cigarro alheio que nem antes...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Licença para fumar

- Licença, você se incomoda se eu fumar aqui?

- Sim, me incomodo sim.

- Mas eu vou fumar contra o vento... Você nem vai sentir a fumaça.

- Mas ainda assim eu me incomodo.

- Nossa! Como você é sem educação! E eu pedindo tão gentilmente...

- Eu não sou sem educação! Você perguntou se poderia fumar aqui, se eu não me importaria e eu só respondi o que me foi perguntado.

- O mundo está de pernas pro ar mesmo... As pessoas são tão agressivas! Desculpe se te ofendi em perguntar...

- Perguntar não ofende. Fumar que sim! Isso ofende e desrespeita àquelas pessoas que não são obrigadas a compartilhar tal vicio com você. Quer acabar com o seu corpo, tudo bem. Mas não condene as outras pessoas a tal sorte...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Epopéia Futebolística

Ode à musa inspiradora!
Dai-me sabedoria e inspiração.
Que vou contar os feitos de gente guerreira e valente.
Vou contar os feitos de um conquistador.
Contarei os de Vasco da Gama, o homem-mito, o senhor-Deus, o herói.


Por mares nunca dantes navegados ele se aventurou.

Não temeu.

Ao mar se lançou,

Em busca de uma rota marítima as Índias.


A viagem foi longa. Cansativa. Por vezes, desesperadora.
Encontrou terras com Palmeiras.
Avistou Nações Rubro-Negras.
Parou na África. Descansou.
Observou riquezas naturais. Todo tipo de fruto e de gente havia ali.
Até figos. Figueiras. Figueirenses.


Nesta odisséia Portuguesa,
Seguia Vasco e os seus em busca da terra das especiarias.
Possuía muitos conhecimentos Náuticos.


De noite, avistava o Cruzeiro do Sul.
Sabia que estava no caminho certo.

Ou assim acreditava. Todo dia rogava a São Paulo e aos Santos.

Sabia que não poderia fracassar.
Pois sua derrota ocasionaria a derrota de Portugal no cenário mundial.

Seria uma derrota Internacional.

Era preciso navegar...

Rumo às Índias.
Rumo à Vitória.

Mas o destino o desviou de seu destino.
Avistou terras. Pensou ser as Índias,

Mas era o Pão de Açúcar.


Vasco da Gama estaria para sempre em terras Fluminenses...