Me falaram que futebol é bom

Vou me atrever a escrever sobre futebol. Muito atrevimento mesmo, visto que nunca assisto a uma partida inteira. Não tenho paciência e no fundo acho que não passa de um esporte idiota no qual 22 homens passam 90 minutos correndo atrás de uma bola.

(Entendo um pouco, por isso sei desses detalhes...).

Mas sou flamenguista. Acreditem: nunca vi o flamengo jogar. Pela tv, como já disse, não tenho paciência. No estádio, nunca quis ir. Talvez também nunca tenha tido a oportunidade de ir. Quem sabe um dia eu não vá ao Maracanã torcer pelo meu time? Só entrei no Maraca duas vezes na vida até agora. A primeira vez foi para fazer uma prova para ganhar uma bolsa num colégio. A bolsa eu consegui. A segunda vez foi no Pan. Fui ver o Brasil jogar contra o Equador. O Brasil perdeu. Os que estavam comigo me culparam. Como se eu não fosse querido ali. Causei a perda do Brasil. Este estava fora da competição. É. A culpa foi minha. Talvez fosse melhor ter ficado em casa...

Acho que nunca o Flamengo esteve tanto na moda. Pelo menos, isso me chamou a atenção. Eu, que sempre ignoro todos os campeonatos que há - Estaduais, Brasileirões e similares - (confesso não saber a diferença entre eles), estou ouvindo muito falar no Flamengo e também estou lendo nos jornais e ouvindo falar que ele está ganhando direto, que foi pra Libertadores e que ficou em terceiro lugar no Brasileirão do ano passado. Ouvi dizer que há uma nova musica da torcida e que os ingressos estão esgotando rápido. Caramba! Esse Flamengo deve ter alguma coisa de bom, não é possível tanto frisson por algo que seja no mínimo “normal”. Não. O Flamengo deve ser mais que normal. Talvez esteja na hora de eu descobrir essa “sobrenaturalidade” deste time.

Sou um admirador que não da a mínima para o “objeto” admirado. Confesso que não gosto de me estressar por jogadores que ganham o seu dinheiro enquanto eu perco a minha voz de tanto gritar. Mas pelo que percebi (só agora!), é muito mais que torcer por jogadores. O time é maior que os jogadores e a torcida do Flamengo é maior que o próprio Flamengo e esta torcida faz o time ser o q é (ou que me contam que é...).

Quando viajei em janeiro para a Argentina, sempre que falava a palavra “Rio”, me devolviam um “Flamengo”. Meu Deus! Visitei o estádio do River Plate e do Boca Juniors, mas nunca vi meu suposto time jogar.

Que coisa feia...

Sou flameguista de IBGE. Aquele que só serve para constar para a soma de maior torcida do Brasil.

Já tive estojo vermelho-e-preto, folhas de caderno, bandeira e até camisa. Mas não sei o nome de nenhum jogador. Dizem que um tal de Obina joga muito, mas se passar do meu lado não reconhecerei.

Vou prestar mais atenção neste esporte que desperta a paixão de milhões de brasileiros. Deve haver algo de interessante e eu quero pagar pra ver.

Só gosto de futebol mesmo quando joga o Brasil na Copa. Neste momento, eu gosto de ver o jogo, porque são paises que estão ali. É uma grande metáfora do mundo real. Quando o Brasil ganha da França, da Inglaterra ou da Alemanha, fica uma sensação boa, de auto-estima em todos nós. Uma sensação de superioridade. Que o nosso futebol é o melhor do mundo todos sabemos e temos orgulho! Que bom que tivéssemos orgulho não só do futebol brasileiro. Que bom que fossemos respeitados em outras áreas como somos no futebol!

Por isso que quando ganhamos, nos sentimos maiores que as Grandes Nações.

Porque no dia-a-dia sempre somos menores que eles...

Ouvi dizer que Joel Santana foi treinar a seleção da África do Sul. Boa sorte, Joel!

Nos encontramos na final da Copa de 2010. Vou, enfim, pagar para ver.