segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os 50 anos da Imperatriz





“Imperatriz... só quer mostrar que faz samba também!” é o enredo da escola de Ramos para tentar o campeonato em 2009 e vai contar na avenida a sua história. Afinal, a escola completará 50 anos no ano que vem.


O enredo é muito rico, pois a escola vai fugir do óbvio ao abordar a trajetória da escola relacionando-a com a formação do bairro, no qual está inserida. Ou seja, não há como separar a Imperatriz de Ramos. Falar de Ramos é falar da Imperatriz e vice-versa. Destaco que a carnavalesca Rosa Magalhães acerta em fugir do óbvio porque ela vai pelo caminho mais difícil e aí sim, vemos o talento desta profissional.


O óbvio seria fazer o que o Salgueiro fez em 2003: ao contar seus 50 anos num desfile, optou por recriar os carnavais campeões. No papel, foi tudo muito bonito. Mas o público não gostou do que viu e nem os jurados. E a escola amargou um sétimo lugar. A Imperatriz não quer repetir o erro de sua co-irmã, até porque, sabe-se muito bem (mas não comenta-se) que o último tricampeonato da escola foi armação das brabas...


Hoje muitos odeiam a Beija-Flor por ela ganhar sempre, mas pelo menos se há mutreta, essa é disfarçada. Mas só para lembrar: nos carnavais de 1999, 2000 e 2001, o presidente de honra da Imperatriz era também o presidente da LIESA, o mesmo que era o responsável por contratar os jurados. Não é a toa que a escola tirava dez de todos os jurados. Claro. Sabe-se muito bem que quem não samba conforme a música, não volta a ser jurado no carnaval seguinte. Mas nada aconteceu. Nem CPI do Carnaval houve. A Beija-Flor é perseguida. A Imperatriz nem julgada foi...


Mas se havia alguém forjando o resultado ou não, pro folião isso não interessa! O que ele mais quer é brincar o carnaval e cantar o samba da Imperatriz! Por isso, por bom senso, o melhor para todos é esquecer essa história toda e lembrar a história boa que a escola tem para contar... “Essa parte pula!” Melhor para o enredo...


Para não dizer que não haverá nenhuma referência a carnavais passados, o enredo vai mostrar carnavais que realmente foram importantes na sua história, como "O que é que a Bahia tem" e "O teu cabelo não nega", de Arlindo Rodrigues; “Martim Cererê”, samba-enredo que virou trilha sonora de novela “Bandeira Dois” da Rede Globo, em 1972 e o excelente "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!”, de 1989; samba antológico que tirou o título da Beija-Flor (e de Joãozinho Trinta) naquele ano.


O enredo passeará também por Ramos e sua formação, na época em que era uma fazenda cujo dono era o senhor José Fonseca Ramos e decidiram pôr uma estação de trem na fazenda. A partir de então, estava criada a Parada de Ramos e aí depois foi só emoção... Villa-Lobos, Cacique de Ramos, Pixinguinha, Mano Décio da Viola, Heitor dos Prazeres e Fundo de Quintal... A nata do samba vem de Ramos e muita gente desconhece. Mas a escola quer tornar essa história conhecida e é para isso que ela vai desfilar. Será um desfile inesquecível para Ramos e para a Imperatriz e a escola vai lutar pelo título, pois quando ela está motivada, não há quem a segure.


Quem foi que disse que é só a Vila que faz samba também?!


Sinopse:

http://www.imperatrizleopoldinense.com.br/sinopse.html


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